“...Assustada, Cinderela fugiu correndo, mas deixou cair um pequenino sapato de vidro. O príncipe pegou o sapato e decidiu que havia de casar com a sua dona, a qual havia conquistado o seu coração...”
Durante a infância, é perceptível e muito constante a presença da ilusão relacionada a heróis e fadas que realizam sonhos e trazem a felicidade.
No campo da filosofia, Aristóteles observou a importância e necessidade de se fazer leituras de contos de fábulas às crianças, para que elas despertem a esperança e a crença de que é possível alcançar seus desejos, como os personagens de suas histórias, tendo um desfecho feliz.
No decorrer dos séculos, a história de Cinderela foi revista e contada sob várias perspectivas. Nenhuma fábula foi tantas vezes levada para as telas de cinema. Os títulos mais conhecidos do público são: “Para sempre Cinderela”, “Cinderela às avessas”, “Only You”, e “Cinderela”, desenho animado da Disney.
O enredo pode ser diferente em todas as produções, porém é importante destacar os pontos de apoio que se ligam com a fábula original de Perrault. A presença de uma “madrasta” má, dificultando ou escravizando a vida da personagem principal, uma “fada-madrinha”, guiando seus passos, o “sapato” como ponto de libertação e busca dos sonhos, a “escada” que representa a ascensão e o “príncipe” no papel de herói e amor encontrado.
A presença e a influência do “sapato da Cinderela” nas produções cinematográficas, a partir das obras de Perrault, também são encontradas em outros filmes: Irmãos Grimm, O Maravilhoso Mágico de Oz, e até mesmo em O Diabo veste Prada. Todos nos guiam a um mesmo ponto: a corrida para realização de um sonho.
Em O Maravilhoso Mágico de Oz, o sapato atua também como um objeto de desejo. A famosa frase proferida por Dorothy, “There’s no place like home!” (Não há lugar como o nosso lar) no momento que bate os seus lindos sapatinhos vermelhos de rubi e em fração de segundos retorna a sua casa, faz com que todos nós desejássemos possuir tal objeto com tamanho poder.
O sapato, portanto, funciona como um ícone, o qual sugere sentimentos ligados à liberdade e conquistas pessoais e profissionais. Determina o caminho percorrido da infelicidade à felicidade, e as emoções provocadas no expectador dependem das ações derivadas do enredo, onde percebemos o vínculo da fantasia com a realidade.
Ficha Técnica
Fotografia: Márcia Molina
Produção de moda e objetos: Ligiane Panosso e Karla Saraiva
Modelo: Karla Saraiva
